quinta-feira, 23 de setembro de 2010

22 dias para o resto da vida

Estava aqui pensando em como começar esse post e tirei essa frase do facebook, ela é perfeita!

"Nossa compreensão do Universo ainda é muito pequena para julgar,
o que quer que seja na nossa vida..."

Não sou uma atleta, nunca fui. Sei que minha alimentação é regada a trash, quer dizer, era! Já que mudei meus hábitos alimentares por livre e espontânea necessidade

Mas eu que nunca havia tido nada mais além do que uma gripe forte, sei bem o que foram esses últimos dias internada, ora bem, ora não tão bem, envolvida com agulhas, antibióticos, drenos, oxigênio, exames, fisioterapias, procedimentos e coisas e tal, e tal e coisas.
Que susto enorme!!!

Mas enfim, vamos deixar pra lá a doença, pois o que me traz aqui são as lições, reconhecimentos e agradecimentos que ficam disso tudo, porque entender................. isso é muito enigmático, tal como filosofar.

Esse post será extenso, desculpa, mas será inevitável. Eu até então estava muito sensível, precisou um tempinho para eu conseguir escrevê-lo.   

Primeiramente quero agradecer á Deus por ter me concedido a chance de viver e reconhecer o quanto é maravilhoso, além de fundamental : respirar!
Quero deixar claro, que pouco importa a religião, todas nos fazem chegar no mesmo caminho, mas refiro-me a Deus por ser católica.

Agradeço ás pessoas que tiveram comigo, diretamente ou indiretamente. Um obrigada imenso ao meu irmão e a minha cunhada que me acompanharam em tempo integral. Que por vários dias tiveram que abrir mão das crianças para poderem estar presentes. Não existe palavras para descrever tudo o que vocês significaram e o meu agradecimento por tudo o que vocês fizeram. A minha mãe que veio de longe sem saber muito o que fazer, toda preocupada, trocando os pés pelas mãos (né!?). A Dona Zélia, entrando em contato a cada boletim médico, torcendo de longe, aliás, um obrigada especial á ela que me fez tomar uma atitude (ela sabe do que estou falando e também sabe o que teria acontecido). As meninas "Sans" que "invadiram" o hospital num daqueles dias que insistiam em não passar, levando toda a energia positiva e votos de que não era para eu desistir. Si Not, aquele momento nosso de cumplicidade me deixou muito emocionada. Si Coelho, não sei se fiquei mais feliz pelo nosso reencontro ou se pela cia. Cris (e Mauro) obrigada pelas energizações. A dona Neide pelo incentivo as tomografias e por nem me fazer perceber aqueles 6 copos de contraste. Seu João, eu adorava o horário da visita, rs. A todas as pessoas que arrumaram um tempinho para me visitar (Déia, Rô, Rafa, Eleni, Nadir, Marisa, Alexandre) e aquelas que não puderam, mas que estavam presentes de alguma forma. A Rê pelo pedido de orações. Ao Marcello pelas palhaçadas. Ao Gru e a Mô pelo super e essencial presente. A Van pelas visitas de amiga e médica, literalmente. Além de ter acesso ao prontuário, mesmo sabendo da gravidade, disfarçava uma calma sem tamanho. Cris, fiquei feliz com a tua visita e com o chocolatinho, sei bem como é a tua agenda. E a Mestre Irene então, aplicou o Reiki que me acalmou. Enfim, aos familiares, amigos, conhecidos, pessoas que conheço e desconheço, mas que mesmo assim estavam torcendo. Foram tantos telefonemas, mensagens, orações, velas, promessas... ai, ai até fico emocionada por lembrar, mas muito mais emocionada porque eu realmente não sabia e não fazia idéia do quanto sou especial (sem modéstia alguma, pois eu senti, vi e estou vivendo todo esse carinho e amor). Se me esqueci de alguém, desculpa e por favor, aceite meu agradecimento com o mesmo carinho.
Um agradecimento especial a Dra. Amanda C. Montal, a qual fiz questão de agradecer pessoalmente antes de sair do hospital, pela internação imediata que me permitiu estar aqui agora. Estendo esse mesmo agradecimento á toda equipe médica da UTI pelo empenho, dedicação, preocupação e cuidado com o meu caso. A equipe de enfermagem (estou relevando todas as agulhadas que levei), as fisioterapeutas (que aguentaram a minha rebeldia em muitos momentos), aos meninos do raio X (que me acordavam todas as noites por volta das 2 da manhã, com aquele equipamento enorme na minha cara, mas que diante das imagens tão assustadoras, brincavam que fariam um photoshop para eu ter alta logo), as meninas da limpeza (sempre brincando com meus fios de cabelo no chão). Todos eles poderiam fazer apenas a parte que lhes cabiam, mas não, eles iam além: foram atenciosos, acolhedores e incentivavam minha melhora. Para quem não tem idéia, UTI realmente é um ambiente pesado demais. É duro ver tanta gente (a maioria idosos) sofrendo, gritando e já sem forças para viver. Eu estava num quarto separado, mas perdi as contas de quantas vezes aumentei o som da TV para não escutar os gemidos de dor. Agradeço também a equipe do 1. andar quando tive alta para o quarto, e a equipe do home care que está me dando toda á assistência.    

A maior lição foi perceber, ver e sentir que tudo acontece conforme tem que ser. Independente de mim ou de quem quer que seja.
Apesar dos dias tristes, de chorar muitas vezes, de passar mil coisas pela cabeça em alguns momentos, confesso que aguentei firme, como se uma força dentro de mim me dissesse para não deixar a peteca cair. Acredito piamente que essa força é fruto de toda energia vindo de tanta gente querendo minha recuperação. 
Em cada procedimento no qual eu era submetida, eu só pedia á Deus para não largar a minha mão.
Teve dias em que eu me olhava no espelho me achando péssima, abatida, muito magra... mesmo assim, eu agradecia por estar viva e pedia, pedia sem parar para Deus me mostrar a lição disso tudo e me dar forças.
Hoje, sinto-me bem melhor, tenho certeza que o aprendizado vai além dos reconhecimentos e agradecimentos.
Um pouco da lição eu aprendi, mas também sei que muito tenho á aprender...

Um beijo grande